segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Minha linda Farofa

Minha linda Farofa
Silvia Britto

O dia, nove de setembro. O ano, 1983. Há exatos 30 anos nascia a menina. E eu, com meus então vinte anos de idade, fui visitar a mais nova princesa. O “rimão” esperava Isabela. Mas foi o avô quem definiu: Flavia! Flavinha para todos. Farofinha, só para mim.
E a minha menina cresceu. Passei de Meiena a Molena. De Morena a Tia Mô.
A vida nos separou quando a menina tinha cinco aninhos e eu, vinte e cinco. Mas nada separou nossos corações. A menina foi visitar-me, vim visitar-lhe. Mas nada separou nossas almas. Voltei e a menina foi. Conheceu outra língua mas sempre soube traduzir o que sentíamos em beautiful feelings.
Ficou geniosa, a menina. Para uns, passou das medidas. Para mim, só estava explodindo em vida, que teve que aprender a controlar. A menina chorou, a menina caiu, a menina lutou e, finalmente, renasceu. Renasceu em sua vontade de ser feliz e acreditou, finalmente, na sua grande beleza.
A pequena, que um dia quis “entlar na máquina, né?”, que, sapeca, tomou o calmante da avó, que encontrou pelo chão, que se acabava de rir quando dizia “bunda” em uma música de escabrosos palavrões que cantava com a doçura de um anjo, finalmente cresceu.
Cresceu na idade e na sua autoconfiança. Nas suas decisões. Na sua autonomia. Nunca em seu coração. Ou no meu! Casou, a menina! E hoje, segue linda e reconhecida por seu talento de ensinar. E eu, aqui, apenas observando e exultante de ser testemunha dessa vida que desabrochou.
Hoje, mais uma vez não estou contigo em matéria, minha menina. Mas meu coração, jamais te abandonará. Somos família de coração. Somos muito mais do que tia e sobrinha. Somos cúmplices de vida!
Amo você, minha Farofinha linda. E tenho a certeza de que você também me ama. Sigamos vivendo. Nem sempre sorrindo e nem sempre cantando. A vida não é apenas uma brincadeira para os que tem coragem de voar. Mas também, quando ganhamos altura, temos a visão do paraíso! Continue voando lindo e sempre que olhar para o lado, eu lá estarei.
Antes de terminar, e como de praxe, um beijo à que pariu tão precioso pássaro.

Agora me dê a mão e cantemos juntas:  “Os plesos leunidos na cadeia centlal...”!

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