domingo, 22 de setembro de 2013

Jardim profícuo

Jardim profícuo
Silvia Britto
 
Tudo que a vida me dá é certo. Nunca reclamo de nada. Momentos tristes têm seu valor. Sem eles, não conseguiria dar tanto valor à minha constante alegria. Nesse imenso campeonato, que é existir, somos todos vencedores. E qualquer campeonato é feito de batalhas. Ninguém passa pela vida invicto.
Parece loucura, mas saboreio cada tristeza como se fosse também, uma vitória. É quando estamos tristes que crescemos. Felicidade, normalmente, é apenas um momento para desfrutar do que plantamos quando estávamos tristes. Felicidade não tráz crescimento. É apenas o momento de regojizar a alma com o fruto de nossa colheita. O que seria da terra se não fosse a chuva? O que seria do sorriso sem a lágrima?
Felizmente, planto muito. Meu jardim é profícuo. Nele há espaço para tudo. Balanços para as brincadeiras, cachoeiras para a lavagem da alma, esconderijos para reflexão, pista de dança, pequenas alcovas para fazer amor e um espaço sem fim para guardar lembranças e receber meu exército de anjos.
Falando em exército de anjos, essa é a principal riqueza do meu jardim. e orgulho-me de perceber que esse exército só faz crescer. A cada dia que passa, há novos anjos lindos, prontos para lamber meus olhos ao primeiro sinal de uma lágrima. Isso me faz imensamente orgulhosa. Planto muito mas acabo recebendo muito mais do que sou merecedora.
Este texto é apenas uma maneira de agradecer a esse lindo exército. Obrigada meus anjos. Obrigada meus lindos amigos. A vida segue como sempre, linda e ensolarada. E eu? Ahhh! Olhem para mim seguindo, moleca e sem noção, com meu rebolado, que é mais que um poema!


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