domingo, 31 de agosto de 2014

Aperto nos olhos


Aperto  nos olhos
Silvia Britto

Ah, esse aperto nos olhos que não me larga! Como sai água dessas duas bolas verdes!
Parece já pirraça da vida que adora me dar pequenas rasteiras e nunca me deixar em uma situação de paz e conforto por muito tempo. Mesmo com a vida fluindo, aparentemente tudo tomando seu rumo, fazendo novos amigos, estreitando os laços com os antigos, sorrindo, dançando, parece que sempre há um resto de conta a ser paga, que aparece de sei lá onde, sei lá porquê.
A vida é muito sacana comigo. Parece que adora me ver na corda bamba e sem sombrinha! É ainda muito tênue a linha que me separa do Céu e do Inferno. Sou, constantemente, posta à prova, testada, abusada nas minhas inseguranças, taxada de chata e de “qualquer”por buscar minhas verdades e por ir atrás do que preciso para ser feliz.
Não sei bem, mas imagino que, por ser uma pessoa extremamente generosa, não medir esforços em resolver pendências emocionais de todos que me cercam, acabo achando que todos são iguais a mim. E isso não é verdade. Muito poucas pessoas têm resistência de manter a mão firme para tirar alguém dos buracos que a vida nos apresenta. É preciso amar demais.
Estou com a alma muito sozinha e cansada. Com vergonha de expressar meus sentimentos para não ser taxada de “mulher como todas as outras”, como se isso fosse um grande defeito. Não sou, e nunca tentei ser, a Mulher Maravilha. Sou de carne e osso. Tenho minhas milhares de inseguranças e, talvez, por ser muito intensa, acabo recebendo a etiqueta de burra ou repetitiva. Mas é isso que nós todos somos quando sentimentos são envolvidos. Eu mesma, cansei de repetir, milhares de vezes, a mesma história, para tentar lançar um pouco de lucidez aos que dela necessitaram.
Mas quando chega a minha vez, a retribuição não vem. Ou vem com grosseria, intolerância. E isso cansa demais. Cansa ter que resolver sozinha as minhas pendências e ser a responsável exclusiva pelo meu bem-estar emocional. Draga-me as energias e sinto-me como um peso morto tentando brincar de viver. Difícil não deixar a cabeça desvairar por caminhos tortos e imaginários. Mas não me restam muitas opções. Parece que, da vida, ganhei essa tarefa, a de tentar ser auto-suficiente e autoexplicativa. Parece-me que irrito muito ao me mostrar vulnerável. Sensação triste e chata de ter que ser sempre a Super Mulher para ser amada e aceita.
Sou burra sim! E daí? Sou fraca, sinto ciúmes! Preciso de repetições para digerir determinadas situações que me parecem não ter pé nem cabeça! Certas situações, ainda mais as inacabadas, exigem muita atenção para não acabarem com os sonhos e a felicidade conquistada a muito choro e noites mal dormidas. Ora bolas! O que há de burro na repetição de certezas que acalmam o coração? Nunca me neguei a repeti-las! Por que não mereço igual tratamento?
E ainda sinto, vinda de alguém que deveria cuidar de mim com toda a ternura e carinho, uma pontada malévola de prazer em me deixar insegura e infeliz com as minhas dúvidas. Essa maldade inconsciente vem sob a forma de “brincadeira”. Mas brincadeira tem hora. Às vezes, acho que parece proposital, para me prender de uma forma infantil e, embora não propositalmente, cruel.
Mas vou, mais uma vez, reerguer-me. Não vou abrir mão do grande amor da minha vida. Se ele não for meu, é porque não era para ser. Se eu tenho certeza do que sinto, e quanto a isso não tenho dúvidas, isso deverá me bastar. Entregar-se a alguém, como eu me entrego, é uma das coisas mais lindas do mundo e, se eu não conseguir igual tratamento e entrega, certamente, quem estará perdendo não serei eu. Vou seguir com a minha vida, independente das evoluções que ocorrem paralelas a minha felicidade. Não adianta, e não funciona, depender da dedicação e entrega de outrem para sermos felizes. Cada um tem as suas próprias vontades, necessidades e vaidades com as quais se ocupar.
Quero seguir minha vida de forma verdadeira, positiva, alegre e confiante como sempre fiz. Vou vivendo e tentarei lidar com as perdas e decepções quando, e se, elas surgirem. Tenho muitos medos sim... Mas não posso deixar paralisar-me por eles.
Quero ter, de novo, a inocência das crianças, o corpo fechado para o mau-olhado e negatividade dos invejosos de plantão, dos que não sabem amar, dos que não entendem o que é cumplicidade e entrega total. Não vou permitir que essas energias mesquinhas invadam meus sonhos e os transformem em pesadelos. E, se isso acontecer, não vou ligar a mínima pela manhã, fazendo com que todo o desejo ruim e mau julgamento da minha pessoa, ache seu caminho de volta nos espelhos da vida.
Tenho todo o direito de sentir meus medos e inseguranças em paz. Aos que apenas desejam dividir comigo minhas alegrias e positividade, peço apenas que se afastem e deixem-me ser quem sou por inteiro. Aguardem! Melhores momentos virão. Na verdade, quase o tempo todo eu sou positiva e pra cima. Se não querem dividir meus medos e ajudar-me a sair deles, repito, afastem-se e apenas aguardem. A mulher otimista e positiva sempre retorna fortificada pela coragem de ser quem é. Mas não vou me privar de sentir o que sinto. Toda minha dor e ansiedade é legítima. Não sou uma mulher que inventa problemas para neles sucumbir.
Sou corajosa, sou verdadeira, sou bonita, sou inteligente, sou amiga, sou cativante, sei que acendo luzes por onde passo, sou consciente do meu appeal ao outro, em vários sentidos, mas nunca vou me valer dessas poderosas armas para ser feliz nem para subjugar quem comigo estiver. O segredo da felicidade é apenas um: simplicidade e paz no coração. E é essa paz que vou buscar mais uma vez, alone again, naturally. É de paz interior que preciso. Faço a minha parte e espero que a vida ache que mereço, como retorno, ser muito feliz nesse tempo útil de vida que ainda me resta. E que eu fique sempre com a certeza de que farei dos azedos e inevitáveis limões, maravilhosas caipirinhas.

À  vida!


A arte de amar

A arte de amar
Silvia Britto

Amar é uma arte.
Sendo arte, o amor requer constante dedicação e entrega dos seus protagonistas. Requer vontade de fazer dar certo e precisão na hora de tomar certas atitudes e resoluções.
É um constante malabarismo, como aquele em que se mantém os pratos girando em cima de varas finas, sem que nenhum perca seu prumo e sua velocidade gire dentro de um tempo preciso e complexo.
Os pratos que fazem um grande amor dar certo, na minha modesta opinião, são a paixão, o respeito, a admiração, a cumplicidade, o desejo, a confiança e o cuidado.
Paixão é algo que dispensa qualquer comentário que eu possa ter a respeito. Quase todos já tivemos grandes paixões na vida e sabemos tratar-se de um sentimento mágico e lindo, que nos cega e rapta para terras que não conseguiremos nunca descrever com palavras. Mas é traiçoeira, a paixão. Faz com que achemos que o mundo pode terminar na loucura de um beijo, mas nunca se sustenta sozinha. Está longe de ser o bastante para se viver um grande amor.
Daí vêm o respeito e a admiração. Um está fortemente ligado ao outro. Não é possível amar-se o que não se admira. A admiração faz nascer o respeito pelo outro e a aceitação de que cada um vive do modo que lhe é mais conveniente e, às vezes, da única forma que lhe foi possível para conseguir sobreviver. Se chegamos aonde chegamos, devemos fortemente às escolhas que fizemos ao longo da vida e essas têm que ser respeitadas e entendidas.
Cumplicidade. É o que nos faz confidentes um do outro. É trocar os mesmos prazeres. É entender do que o outro precisa para sentir-se pleno e seguro. É gostar das mesmas coisas, curtir os mesmos lugares, as mesmas músicas, as mesmas brincadeiras. É a parte em que o amor se confunde com a amizade, o sentimento mais nobre do mundo. Amizade transcende família. Amizade é quando escolhemos nossa família do coração. Amigos dizem o que têm que dizer, sempre nos deixando a certeza de que estão conosco para o que der e vier. É falar duras verdades e conseguir com isso vínculos profundos e necessários.
Confiança... Ai, ai... Eis uma das grandes vilãs para que o amor não se concretize. Intimamente ligada ao ciúme. É nessa hora que os mais afoitos e inexperientes deixam o prato quebrar. É quando surgem as cobranças, os ciúmes, as acusações doloridas e cruéis, as injustiças, o medo. O ciúme é um dos grandes temperos do amor, sem dúvida. Mas é o mais perigoso de fazer tudo se perder se errarmos a mão. Há ainda os que tentam usar o ciúme como uma arma, na vã tentativa de prender o outro aos seus pés. Provocam o ciúme do outro para sentir-se poderosos, dominantes, “introcáveis”. Ledo engano. Não se fortalece o amor diminuindo a confiança do outro. Não se fortifica uma cumplicidade deixando claro ao outro que se é desejável aos olhos do mundo, que se é livre para voar por onde bem entendermos e que somos os grandes fodões do pedaço, conquistando o que queremos com um simples estalar de dedos. Apenas cria-se uma grande insegurança que é capaz de afastar, para sempre, alguém que poderia ter sido nosso grande companheiro de vida e de prazer. Ninguém gosta de sentir-se vulnerável, carregar a sensação de poder ser facilmente trocado. Essa atitude infantil não passa de uma vaidade vazia, em que se dá mais valor ao suposto “sucesso” que fazemos aos olhos de quem não nos traz nada em troca, em detrimento daquele que nos entrega o coração. Provocar o ciúme do outro é maldade pura, é vaidade vazia, é, na verdade, dar mais importância a si mesmo do que ao ser amado.
Desejo, talvez, seja um dos pratos mais fáceis de manter no ar. Perde apenas para a rotina e para o descaso. Quando há a tal da química entre os corpos, todo toque é sempre recebido como se fosse a primeira vez. Todo beijo vai buscar lá no fundo o arrepio que leva ao gozo. E quanto mais tempo passa, se os outros pratos seguem em harmonia, mais o desejo se fortalece, por conhecermos os caminhos um do outro, por brincarmos de descobrir rotas alternativas que cheguem ao clímax de forma nova e inesperada. E não venham me dizer que o tempo acaba com isso! Não acaba! Química é química! Rola ou não rola! O que se confunde, fazendo com que quase sempre coloquemos a culpa na falta de desejo, é a falta de cumplicidade, é a hora em que nos permitimos sermos solitários a dois. Se você não mais vê o outro, como sentir desejo? Se o caminho bifurca-se e cada um segue por uma estrada, como haver a mágica do toque? O arrepio na nuca?
Confiar que tudo isso é possível, que o outro não nos quer diminuir para dominar nossa essência, ter a certeza de que não nos quer prender fazendo com que nosso coração aperte ao nos criar um medo de perdê-lo com facilidade é, sem dúvida o prato base nessa equação de entrega e prazer. Ninguém consegue caminhar feliz se achar que o chão lhe pode faltar à primeira curva do caminho. E é aí que se mede a intensidade do amor do outro. Aí que se vê o quanto ele foi capaz de doar-se ao ponto de nos deixarmos guiar por suas mãos de olhos fechados. Não consigo entregar-me completamente se não achar que posso ser guiada por caminhos que não me farão bater com a cara em árvores e enfiar o pé em buracos. Quero a certeza de que posso fechar os olhos e ser guiada, por braços firmes, num eterno balé aquático na piscina da vida. Quero a tranquilidade de poder dormir com a cabeça no peito de alguém e sabê-lo ali, pela manhã. Quero a serenidade de um sono tranquilo para poder me jogar na montanha-russa da vida, quando acordada. Quero a certeza de ter um refúgio para onde fugir quando a vida tentar me engolir. Quero a plenitude de um abraço.
E chegamos ao último prato, o cuidado mútuo. É cuidar para que esses pratos mantenham-se sempre em seu caótico equilíbrio. É ficar atento às necessidades do outro. É tentar preencher, da melhor maneira possível, as perdas inevitáveis da vida. É ter pelo outro uma grande ternura e carinho e fazer de tudo para que sua passagem por essa curta vida, seja repleta de momentos intensos, na certeza de que nunca mais estará sozinho.
Muitos podem estar agora me lendo e pensando, que mulher louca, fora da realidade, utópica, sem-noção. A esses, apenas respondo que nunca desistirei de conquistar esse amor em minha vida. Afinal, eu sei que sou capaz, encontrada a pessoa certa, de equilibrar todos esses pratos sem o menor esforço, como se fosse minha própria natureza e a razão de eu existir. E com muito prazer e alegria! Se eu sei que existo (será?) e que disso sou capaz, não é possível que Noé não tenha trazido alguém da minha espécie em sua arca. Se eu nunca conseguir ter cem por cento dessa certeza ao lado de alguém, pelo menos a vida já terá valido a pena, pela procura ou por, pelo menos, noventa por cento, se eu for merecedora. Afinal, dar cem por cento e receber noventa, é praticamente um empate técnico.

E vamos aos pratos... Eles não podem cair.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Felicidade e perfeição


Felicidade e perfeição
Silvia Britto

Não há jeito certo ou errado de ser feliz.
Nunca satisfaremos a todos com a nossa felicidade. Nem a nós mesmos!
O que é necessário é que tenhamos força suficiente para seguir em frente quando a vida nos tira o que parece nos ter sido predestinado e aceitemos a possibilidade de que algo melhor pode nos estar reservado, em algum tempo, em algum lugar, em alguma esquina da vida.
Cansei de buscar a felicidade. É hora de parar com lamentos do que não foi, e seguir em frente em busca do que ainda será. Enquanto isso, vamos flertando com o que é. Vamos seduzir a vida para que ela nos retribua a audácia.
Afinal, a ausência nada mais é do que o espaço necessário para o que de novo tiver que chegar. Enquanto estivermos plenos de situações que não nos fazem sorrir, não há espaço para as gargalhadas que fazem doer a barriga. Ah! E como amo rir até pedir arrego com dor na barriga!
Os caminhos que nos fazem chegar ao orgasmo, nem sempre, ou quase nunca, são perfeitos. São tortos, diferentes, por vezes sujos, lambidos, fedidos, suaves, arrepiantes. Isso tudo não combina com perfeição asséptica e horários militares. Felicidade é liberdade!
Que possamos ser capazes de fazer amor às três da tarde, com a mesma facilidade com que o fazemos à meia-noite, abrindo assim a diversidade de deliciosos e surpreendentes gozos que o Sol e a Lua nos têm a oferecer.
Bom mesmo é perder o chão, o olhar, o sono. É não achar o prumo e perder o rumo, descalça, na chuva e sem medo de pegar um resfriado. Ser perfeitamente imperfeita e contraditória. Mudar a história. Não assinar ponto mas escrever o conto. Não ligar pra dinheiro mas fazer questão do cheiro.
Perfeição, rima com razão, conformação, submissão. Já felicidade... Ah! Felicidade rima com alegria, entrega, coragem, certeza, molecagem, audácia... Como? Felicidade não rima com nada disso? E quem é que está procurando a rima perfeita?
E não é?

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Em defesa das migalhas


Em defesa das migalhas
Silvia Britto

Por ter sempre sido uma pessoa que não tinha outra maneira de sobreviver se não fosse contentando-me com migalhas, criei um carinho muito especial por elas e lanço-me aqui em sua defesa. É certo que tudo pelo que passamos contribui para nos fortalecer e definir nosso papel no mundo. E é aí que entram as migalhas. Parece que não, mas elas nos fortalecem.

Há sempre um tom pejorativo em volta do termo "migalhas".Todos possuem uma ideia muito negativa a respeito delas. Mas não é bem assim.

Devemos prestar mais atenção às nossas pequenas e insignificantes conquistas do dia a dia. Graças a elas conseguimos caminhar e chegar aonde estamos. Quando se é pequeno, literalmente falando, são as pequenices da vida que nos enchem o coração de alegria. Quer coisa mais sublime do que ouvir uma história bem contada? Rir de uma piada boba? Do que dar vida a uma página em branco com uma caixa de lápis de cor? Do que ter a profissão dos seus sonhos concretizada em uma tarde, enquanto se dá aula de Português para bonecas ou se brinca de Miss Brasil?

Mas não falo apenas de coisas concretas. Quero defender também as migalhas emocionais. O pouquinho de amor e atenção que nos deixam felizes no cotidiano e que costumamos relegar ao segundo plano. O abraço do amigo. O "muito bem" do professor. O sorriso rápido do pseudo-paquera. O cheirinho de roupa limpa.

Fui uma criança que sobreviveu de migalhas.Emocionais e materiais. A princípio parece uma coisa triste. E é. Recolhia cacos. Passei muitos momentos de privação. Sentia-me triste e solitária. Mas é inerente ao ser humano a necessidade de sobreviver. E fomos dotados de pensamentos e emoções que nos ajudam nessa tarefa diária. Muitas vezes, isso sucumbe à realidade de tocar a vida em frente. 

Mas por que falo disso? Ah, sim, por causa das migalhas. Não nos damos conta num primeiro momento de como migalhas são importantes. Apesar de com certeza já termos ouvido ou pensado o contrário. Quem nunca ouviu o ditado: "de grão em grão a galinha enche o papo"? E é assim mesmo. É um pouco aqui e um pouco ali. 
E ao longo da vida, as migalhas acumuladas vão formando um "muito". 

Ter essa percepção faz com que eu agora olhe para trás e sinta um carinho especial pelas minhas pequenas grandes miudezas. Felizmente, embora envergonhada, tive a humildade de acolhê-las. Por inúmeras vezes, senti-me inferior ao perceber que muitas pessoas que conviviam comigo as ignoravam por completo. Com certeza, pensava eu, por sentirem que delas não precisavam. Arrogância de gente confiante. E eu ali, a recolher meus caquinhos. Uma verdadeira mendiga de emoções.

Mas a vida mostrou o contrário. Hoje, com certa tristeza, me dou conta de que muitas daquelas pessoas possuem um saco cheio de vazio. Já o meu, está cheio. De migalhas. De pequenices. De miudezas. É a minha caderneta de poupança de vida, que agora transborda de lembranças coloridas. São meu orgulho e a certeza de que valeu a pena recolhê-las e guardá-las com carinho.

Quer um conselho? Elas ainda abundam por aí. (Abundam... Palavra feia, né? Mas no momento ela é mais-que-perfeita!) Ainda há tempo de sair recolhendo-as. Elas são o nosso feijão com arroz de cada dia. O que nos fortalece para irmos à luta em busca do resto do pão. Se há migalhas, é porque, certamente, haverá um pão inteiro nas proximidades. Elas são pistas de que algo maior nos ronda e nos preparam para abocanhá-lo. 

Portanto, procure. Fuce. Vasculhe. Garimpe. E não deixe nada passar despercebido.Aprenda apenas a separar o que é reciclável do descartável.

Boas migalhas pra você!