terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Amor


O Amor
Silvia Britto
Escrevi o título deste texto que agora leem e fiquei longos momentos olhando para ele, tentando entender minha ousadia ao querer falar de algo já tão bem falado, escrito e cantado por este mundo afora. Mas enchi-me de coragem e resolvi seguir em frente, afinal, o amor não se limita aos Drummonds e aos Buarque de Holanda. Nós, reles mortais, também padecemos desse mal.
Eu disse mal? É. Disse. Minha história não é uma de vitórias. É mais uma, dentre milhões, que terminam em lágrimas e tristeza. O amor encanta, hipnotiza e nos faz parecer eternos enquanto dura. Mas cobra caro por tal encantamento. E deixa um rastro de dores quando termina.
Eu disse termina? É. Disse. O amor é uma das poucas coisas que não acaba quando termina. E esse é o meu caso. Não acabou, mas terminou. Nunca acabará. Será parte eterna de meu baú de riquezas, como tantas outras emoções lindas que vivi e que carrego como joias raras, encrustadas em meu viver.
Infelizmente, o amor tem dois inimigos mortais que o fazem terminar: a desconfiança e a teimosia. E foram exatamente esses dois vilões que invadiram a minha felicidade. Mentiras que geraram inseguranças e histórias de vida que geraram teimosia. Quando esses dois se encontram, o resultado é fatal.
Eu disse fatal? É. Disse. A fatalidade não é uma palavra apenas negativa. Foi ela que o trouxe a mim e também ela que o levou embora. A vida é feita de encontros e desencontros. A fatalidade é aquela que gerencia esses encontros. É brejeira. Intempestiva.
Por isso, eu digo adeus a esse amor. Adeus, querido. Você nunca acabará. Deixo um pedaço de mim, tatuado em teu peito. Pequeno, para não ocupar-te os espaços. Levo-te também em meu seio e terei-te comigo nas noites frias do inverno que se aproxima, para que as lembranças acalentem-me a alma. Minha desconfiança e tua teimosia, terminam esta contra-dança.
Eu disse terminam? É. Disse. Terminou.

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