Silvia Britto
Escrevi o título deste
texto que agora leem e fiquei longos momentos olhando para ele,
tentando entender minha ousadia ao querer falar de algo já tão bem
falado, escrito e cantado por este mundo afora. Mas enchi-me de coragem e
resolvi seguir em frente, afinal, o amor não se limita aos Drummonds e
aos Buarque de Holanda. Nós, reles mortais, também padecemos desse mal.
Eu disse mal? É.
Disse. Minha história não é uma de vitórias. É mais uma, dentre milhões,
que terminam em lágrimas e tristeza. O amor encanta, hipnotiza e nos
faz parecer eternos enquanto dura. Mas cobra caro por tal encantamento. E
deixa um rastro de dores quando termina.
Eu disse termina? É.
Disse. O amor é uma das poucas coisas que não acaba quando termina. E
esse é o meu caso. Não acabou, mas terminou. Nunca acabará. Será parte
eterna de meu baú de riquezas, como tantas outras emoções lindas que
vivi e que carrego como joias raras, encrustadas em meu viver.
Infelizmente, o amor
tem dois inimigos mortais que o fazem terminar: a desconfiança e a
teimosia. E foram exatamente esses dois vilões que invadiram a minha
felicidade. Mentiras que geraram inseguranças e histórias de vida que
geraram teimosia. Quando esses dois se encontram, o resultado é fatal.
Por isso, eu digo adeus a esse amor. Adeus, querido. Você nunca acabará. Deixo um pedaço de mim, tatuado em teu peito. Pequeno, para não ocupar-te os espaços. Levo-te também em meu seio e terei-te comigo nas noites frias do inverno que se aproxima, para que as lembranças acalentem-me a alma. Minha desconfiança e tua teimosia, terminam esta contra-dança.
Eu disse terminam? É. Disse. Terminou.
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