O anjo da lama
Silvia Britto
Você se foi
tão rápido quanto veio. Lembro-me de ter acontecido assim com a única paixão
que me confessou haver tido na vida. Já disse antes e volto agora a dizer: você
veio para iluminar meu coração e mostrar que as luzes do caminho só se apagam
se assim o permitirmos.
Fui
cortejada e paparicada por um verdadeiro gentleman de alma. A poucos pude dar
essa qualidade. Cuidou de mim em um momento muito difícil e me deu de presente
o inesquecível. Apenas por sua gentileza e generosidade foi possível deparar-me
com tanta beleza em forma de liberdade, mato e lama. Foi uma lama libertadora,
a que você me apresentou.
Cantamos
juntos, encantamo-nos juntos com a paisagem rústica, ficamos sujos de lama,
dançamos, tomamos vinho e rimos para valer, como duas almas irmãs que
precisavam rever-se para reafirmar seus laços de amizade, amor e respeito.
Hoje venho
aqui dizer adeus. Obrigada, meu anjo. Vou carregá-lo para sempre no meu baú de
lembranças. Impossível esquecer tamanho carinho e gentileza. Eu precisava
achar-me merecedora de tanto cuidado.
Siga em Paz
o seu caminho, continue a tocar com seu coração todos que dele precisarem e que
o mereçam. Um dia ainda nos reencontraremos, pois me deves uma estrela cadente.
Você é lindo, seu astral é alto, e sua alma de uma gentileza ímpar. Obrigada
por tudo, meu anjo da lama e da luz. Te amo para sempre.
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