quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O anjo da lama





O anjo da lama
Silvia Britto

Você se foi tão rápido quanto veio. Lembro-me de ter acontecido assim com a única paixão que me confessou haver tido na vida. Já disse antes e volto agora a dizer: você veio para iluminar meu coração e mostrar que as luzes do caminho só se apagam se assim o permitirmos.
Fui cortejada e paparicada por um verdadeiro gentleman de alma. A poucos pude dar essa qualidade. Cuidou de mim em um momento muito difícil e me deu de presente o inesquecível. Apenas por sua gentileza e generosidade foi possível deparar-me com tanta beleza em forma de liberdade, mato e lama. Foi uma lama libertadora, a que você me apresentou.
Cantamos juntos, encantamo-nos juntos com a paisagem rústica, ficamos sujos de lama, dançamos, tomamos vinho e rimos para valer, como duas almas irmãs que precisavam rever-se para reafirmar seus laços de amizade, amor e respeito.
Hoje venho aqui dizer adeus. Obrigada, meu anjo. Vou carregá-lo para sempre no meu baú de lembranças. Impossível esquecer tamanho carinho e gentileza. Eu precisava achar-me merecedora de tanto cuidado.
Siga em Paz o seu caminho, continue a tocar com seu coração todos que dele precisarem e que o mereçam. Um dia ainda nos reencontraremos, pois me deves uma estrela cadente. Você é lindo, seu astral é alto, e sua alma de uma gentileza ímpar. Obrigada por tudo, meu anjo da lama e da luz. Te amo para sempre. 

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