terça-feira, 21 de maio de 2013

Fuck you very much

                                

                                  
Fuck you very much!

Silvia Britto

Perdoem meu vocabulário, mas há momentos na vida que nada melhor do que um bom palavrão para dizer o que a alma não quer calar.
Quem me conhece um pouco, sabe que sempre saio  de casa com meu melhor sorriso e com meus braços prontos para abraçar quem deles precisar. Acredito no amor, na amizade, no companheirismo e na cumplicidade entre pessoas que se amam.
Contudo, há pessoas que confundem entrega e confiança com ingenuidade e burrice. Odeio que me tenham por burra. Se a inteligência é algo a que  devamos agradecer, sou muito agradecida pela minha.
Apaixono-me facilmente. Deixo-me levar pela delícia que é ter um amor correspondido. Mas minha “facilidade” para por aí. Sou difícil de ser mantida por pessoas que não me merecem.  De uma forma ou de outra, a verdade sempre vem à tona, trazendo decepções e tristezas.
Ainda bem que sou assim. Não tenho medo de decepções. A vida sem elas seria como um mar sem peixes, estéril. Antes isso do que viver em tocas e esconderijos com o tamanho perfeito dos covardes que neles resolvem enterrar suas verdades.
Esbarrar com pessoas assim, é quase inevitável para pessoas como eu, que ainda precisam aprender  a melhorar o faro contra elas. Mas não as odeio. Elas me são muito úteis para que esse meu insuportável complexo de Madre Teresa de Calcutá ganhe as devidas proporções em minha vida.
Ainda sou muito movida por pena das pessoas. Pena dos que optaram por não se cuidarem e por viverem escondendo-se  e  fechando-se  para as coisas que realmente frutificam nesta curta viagem. Pena pelos que vestem a couraça do desamor e, qual carrapato, tentam sugar do meu pote de boa vontade e generosidade.
Mas aprendi, a duras penas (perdoem-me pelo trocadilho), que pena é outra palavra infértil. Não leva a lugar algum. Há muito aprendi a não ter mais pena de mim mesma. Resta agora aprender a não ter pena daqueles que brincam com meus sentimentos e minha inteligência. Quero somente agradecer à vida por colocá-los em meu caminho.
Aos que, assim como eu, jogam-se nesta trilha de coração aberto, sem sugar a boa vontade de outrem, peço desculpas por este texto. Aos outros, os que seguem subestimando a minha inteligência, não preciso desejar nada além do que eles já evocaram para si mesmos. Que continuem assim, solitários na infelicidade de suas artimanhas. Não fui eu que escolhi o vazio e infertilidade de suas vidas. Eles devem isso única e exclusivamente às suas opções covardes e mesquinhas.
Fuck you very much!


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