domingo, 12 de maio de 2013

Querida Mamãe



Querida Mamãe
Silvia Britto

Querida Mamãe,
Este é o primeiro Dia das Mães que passo sem ti.
Sei que todos os dias são nossos, mães da vida. Mas não posso deixar de lembrar de ti, com um carinho mais do que especial, em uma data em que todos abraçam e beijam aquela que lhes deu à luz.
Este sempre era um domingo de festa. Nunca faltava o teu vatapá, a tua torta de camarão e o teu beijo no meu pescoço, pois conseguias ser ainda menor do que eu! Sempre me agradecias também por ter te dado tua única neta, certeza viva de tua continuação.
Hoje vim “filar” um pouco do vatapá e da torta da Tia Lelete. Trouxe a Lilica comigo, como tenho certeza, seria a tua vontade. Estou longe da minha filhota querida, Juquinha, mas hoje, especialmente, não podia ser diferente. Precisava estar aqui, em minha, em nossa terra, para me sentir mais pertinho de ti. Foi aqui que me destes o milagre da vida.
Sei que um dia todas nós viraremos estrelas. Tu já és uma. Tens agora luz e lugar especial em meu coração e em minhas melhores lembranças. E eu, que não creio, acordei hoje lembrando da pequena reza que tentastes me ensinar ao longo de toda uma vida. Hoje ela virou um mantra. E peço a permissão “divina” para que possa acrescentar-lhe algumas poucas palavras:
“Com Deus me deito, com Deus me levanto. Na graça de Deus, do Divino Espírito Santo e de minha estrela mãe, Maria!”
A “bença” mãe. Descanse em paz, e Feliz Dia das Mães.

4 comentários:

  1. Com a atracção deste Amor e a voz deste Chamamento

    .

    Não deixaremos de explorar

    E no fim do nosso explorar

    Será começar onde começamos

    E conhecer o lugar pela primeira vez

    Através do desconhecido portão relembrado

    Quando o último pedaço de terra descobrir

    É aquele que foi o começo;

    Na fonte do rio mais longo

    A voz da queda-d'água escondida

    E as crianças na macieira

    Desconhecido, porque não cuidada

    Mas ouvida, meio ouvida, na quietude

    Entre duas ondas do mar.

    Depressa, agora, aqui, agora sempre -

    Uma condição de completa simplicidade

    (Custando não menos que tudo)

    E tudo estará certo e

    Toda a espécie de coisas estarão certas

    Quando as línguas da chama estão dobradas para dentro

    Em direção aos nós coroados do fogo

    E o fogo e as rosas são só um.

    .

    T. S. Eliot, Antologia Poética, Estudo prévio, selecção e tradução de José Palla e Carmo, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1988

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  2. Lindo texto, Silvia! Certamente sua mãe estará muito orgulhosa da filha.

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  3. Muito obrigada, amigo querido. Sua opinião é muito importante para mim.

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