sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A síndrome do coração bandido



A síndrome do coração bandido
Silvia Britto

Estava aqui lembrando da letra de uma música muito antiga mas sempre muito atual, gravada por meu queridíssimo Waldick Soriano:

Quem eu quero não me quer
Quem me quer mandei embora...
...Por onde anda quem me quer
Quem não me quer onde andarás...
...Não sou capaz de ser feliz
No braço de um amor qualquer
Ah! Se uma fosse a outra...

E essa é a eterna síndrome do coração bandido.
Só para maltratar um pouquinho mais, quando esquecemos o “Quem não me quer”, ele ressurge das cinzas, como que a debochar no nosso já doído coração. Brinca de novo, sapateia e mais uma vez vai embora. A essa altura, já mandamos um outro “Me quer” embora.
E assim vai passando a vida, cheia de encontros e desencontros. Sempre buscando o momento mágico em que dois “Me quer” apaixonam-se loucamente.
Mas o coração bandido é forte, o danado! Coração safado, não cansas de trair-me.
É dolorido esperar por alguém. Talvez tanto quanto ter que esquecer alguém. Mas pior mesmo é quando não se sabe se deve-se esquecer ou esperar. Muito frustrante esperar por algo que achamos nunca irá acontecer. Mas é ainda mais frustrante desistir, quando esse algo é tudo que mais queremos na vida.
Não é fácil dar um lugar de verdade a alguém em nosso coração. Pior ainda quando esse alguém não percebe o valor desse espaço e o usa com descaso, falta de carinho e verdades mentirosas.
E quando temos alguém no coração que não podemos ter nos braços? Ou quando o temos nos braços apenas em matéria enquanto a alma divaga perdida e foje ao primeiro sinal de que poderia verdadeiramente entregar-se? Adoraria não cair de amores por alguém que não esta lá para me segurar. Mas sou uma besta mesmo. Sempre caindo onde não devo.
Um dia ainda dou um jeito em você, coração danado! 
Ou então morro de tanto amar. 

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