terça-feira, 8 de outubro de 2013

Os enrolados

Os enrolados
Silvia Britto

Já percebi que, invariavelmente, todos os meus amigos da faixa etária dos 45 aos 65 anos de idade, que já foram casados e separaram-se, quando perguntados sobre seu estado civil, levam alguns segundos para responder. Costumo perguntar se são casados, solteiros, namorados, noivos, amancebados ou tico-tico no fubá e eles ficam sempre na dúvida.
A resposta mais comum parece ser: ENROLADOS!
Também eu me incluo nessa turma. Como uma boa mulher moderna, também estou "enrolada". Não sei se estou namorando, "ficando", "pegando" ou "enrolando" meu "enrolado".
E isso é bom ou ruim? Não sei! Como tudo na vida tem seus prós e contras. Obviamente que adoro ser livre, não pertencer a ninguém e só ficar junto por estar realmente com vontade. No entanto, há um lado romântico meu, que quer fazer planos de futuro, dizer que tal pessoa é meu namorado, tirar fotos em lugares idílicos e românticos e perpetuar esses momentos de felicidade a dois.
Os "rolos" não parecem ter passado nem futuro. Muito mal carregam um presente. Sou mais pela liberdade do corpo e cumplicidade da alma. Meio hippie mesmo. Mas o que vejo por aí é exatamente o contrário: prisão de corpos acomodados e preguiçosos e traição de almas.
Com esse papo de redes sociais, as pessoas têm quantos "rolos" e "enrolados" quiserem. Por muitas vezes o rolo é tanto que se perde o fio do novelo. Claro que os rolos podem acabar por desenrolar-se, para bem ou para mal. Mas, geralmente, causam um tremendo desgaste às mentes dos envolvidos.
Sei não. Acho que não gosto disso. Enquanto estamos no meio desse emaranhado sem fim, a vida parece passar ao largo, como a rir-se de nós, piões humanos, que não sabemos de onde viemos ou para onde vamos com nossas relações emocionais. E isso cansa demais.
Você está todo enrolado? Pois é... Eu também!

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