Pérolas literárias
Silvia Britto
Como já
revelei algumas vezes, sou amante inveterada da nossa querida Língua
Portuguesa. Junte-se a isso minha também já conhecida falta de noção e
petulância e o resultado é que acabo ficando amiga, invariavelmente, de meus
professores de Português que, coitados, acabam tendo que engolir meus rabiscos
literários.
Pois bem,
outro dia, estava eu, triste e soturna, indo de ônibus de algum lugar para
lugar algum, quando recebo um torpedo do melhor de todos os meus queridos
mestres, pois esse teve a coragem de tornar-se um amigo muito especial e foi um
dos responsáveis por eu estar aqui agora, escrevendo essas asneira... essas
maravilhas que vos encantam. A mensagem dizia mais ou menos assim:
- Acabei de
ler em uma redação que “nós devemos
respeitar o GARI NEGRO HOMOSSEXUAL E MUDO QUE MORA EM UMA COMUNIDADE”. Meu questionamento é: quem é mais infeliz?
a) O gari, mudo,
preto, gay e favelado?
b) O aluno
que escreveu essa redação?
c) O
professor que corrige uma coisa dessa?
Pois eu não
tive dúvidas e mandei-lhe a resposta na lata:
- Com
certeza é a letra “c”! O pobre do professor! Analisando as respostas
anteriores:
a) O gari,
pelo menos tem emprego e casa;
b) O aluno
anta nem percebe sua santa ignorância e deve achar que merece um ponto a mais
por ser um maravilhoso ser, de enorme coração, protetor dos “frascos e
comprimidos”;
c) O
professor! Tadinho! Além de ter que sofrer para explicar por que tirou pontos
do santo jumentinho, ainda ganha mal pra caramba!
Resposta:
letra “c” na cabeça! Com direito a muito vinagre para neutralizar o gás de
pimenta!
Ah, se todas
as questões da vida fossem tão fáceis de responder como essa!
Mande outra,
“fessor”!
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