quarta-feira, 9 de julho de 2014

Tomamos no Fuleco

Tomamos no Fuleco
Silvia Britto

Como explicar o que não tem explicação?
Se fosse ao contrário, a explicação seria muito clara: compramos a Copa! Mas do jeito que foi? A quem devemos culpar? Ao pobre do Julio Cesar é que não é! Seria ao Neymar, que permitiu que lhe quebrassem a costela? Ou ao Thiago Silva, que provocou sua expulsão, tirando-lhe o grande sonho da Copa do mundo?
Fato é, que acabamos tomando no Fuleco.
E tomamos logo de sete! Parece conta de mentiroso... Mas quando milhões de brasileiros assistem, perplexos, àquela vergonha em rede mundial, a mentira torna-se a mais amarga das verdades.
A turma do "Não vai ter Copa" deve estar feliz. Afinal, agora não temos nem a taça e nem os hospitais e escolas que eles, ingenuamente, acham que teríamos, caso suas reivindicações nas ruas tivessem dado certo.
Mas eu não estou feliz. E consigo ver a dor e a vergonha nos olhos de cada um dos nossos meninos em campo e crianças nas ruas. Acredito piamente que, quando entravam em campo, nossos guerreiros não pensavam nos milhões que tinham no banco. Transformavam-se em moleques, encantados com uma bola e com a difícil missão de serem campeões em casa, numa era em que o futebol agigantou-se nos pés de cada uma das seleções que aqui estiveram.
Pelo menos uma coisa eu vejo de positivo nessa história... Antes macularmos o Mineirão do que perpetuarmos o fantasma do Maracanã. O Maraca continuará ileso e não vejo a hora de para lá retornar, gritando por uma das  minhas  mais lindas e fortes paixões, o Botafogo!
O sonho do hexa em casa, infelizmente, foi para o Fuleco que nos pariu. Restou apenas uma lembrança amarga do dia de ontem. Dia oito de julho de 2014 entrará para a história do futebol mundial, como "O dia que não teve explicação".
Para terminar, não posso deixar de registrar minha imensa admiração pelo comportamento da seleção alemã. Comemoravam seus gols de forma simples e respeitosa, diante de um dos gigantes do futebol mundial. Isso é atitude de homens, esportistas do mais alto grau. Isso sim! Atitudes como essa é que fazem um povo ter não apenas escolas e hospitais decentes, mas também FUTEBOL. Obrigada pela sua hombridade e respeito!

E agora, Brasil? Rumo ao quê?


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