sábado, 7 de junho de 2014

Anjos


Anjos
Silvia Britto

Este texto é para agradecer aos anjos que a vida manda-me de presente. Pequenos anjos de Luz, que sempre iluminam meu caminho quando a estrada torna-se inóspita e difícil de ser trilhada.
Ando um tanto quanto perdida e sem saber como agir em minha vida. Novidade, né? Esse é sempre o destino dos que se arriscam demais. Mas de todas as "viagens" que já fiz, esta talvez seja a mais ousada.
Pular de olhos fechados em busca do amor é uma aventura que não posso chamar de um privilégio só meu. Mas pular desta forma, sabendo que a chance de arrebentar-se em cima da dor de tornar-se inconveniente e pequena é de quase 100 por cento, é uma prerrogativa minha.
Amor não é isso. Amor não pode fazer sofrer a um ponto de tornarmo-nos pequenos e inconvenientes. O amor, só pode ser vivido em sua plenitude, quando correspondido. O amor é par. Nunca ímpar.
Também só se pode chamar de amor verdadeiro, quando as duas almas podem abraçar-se livremente, juntando coração com coração, sem ter medo do que isso possa significar ao fim desse abraço. Se não for assim, a relação é platônica, unilateral. E nada pior do que um amor em que se dá mais do que se recebe.
Somos todos livres para fazer as nossas escolhas. A danada da vida é que cisma em tornar as coisas difíceis, apresentando-nos pessoas que não podem ou não querem fazer parte da nossa história.
É certo que, também, vez por outra, ela nos manda anjos para mostrar que nem tudo está perdido. Uma vez, ela me mandou um anjo da lama. Um anjo que me levou para trilhas no meio do mato, que me fez ver que a vida também existia além da resignação de um amor autista ao qual me submetia à época. Essa foi a sua função. Assim como veio, o anjo se foi. Mas colocou-me no caminho certo de encontrar o verdadeiro amor.
Encontrei o homem que sempre havia procurado por toda a minha vida. Senti-me completa. Senti-me rainha. Senti-me a mais plena das criaturas e não tinha dúvidas de que chegara em casa. Mas não durou muito tempo. Para variar, estava eu no lugar errado, na hora errada e tenho que me resignar a deixar esse amor partir. Ele não estava pronto para mim. Deixou-me antes que eu tivesse a bênção de tornar-me a mulher mais feliz do mundo. Ainda não era chegada a minha hora.
Meu mundo ruiu com essa perda. De lá pra cá, comecei a desconhecer a mim mesma. Perdi-me da criança e da linda mulher que moram dentro de mim. A muito custo, consegui resgatá-las. Estamos juntas novamente. Mas ainda estamos, as três, perdidas, sem saber por onde seguir.
E a vida, mandando anjos... Anjos que fazem letras de música em que me dizem ser eu o seu tema. Anjos pacientes e carinhosos. Pequenos anjos, com enormes corações. Talvez para me mostrarem que o caminho do amor que eu tanto busco, deve ser semeado com paciência e resignação aos fatos que fogem ao meu controle. Anjos que vêm para me mostrar que a vida também é feita de momentos felizes.
Já fiz o meu papel. Já esperneei, revoltei-me, humilhei-me e jurei amor eterno. Agora não depende mais de mim. Sigo na vida tendo a convicção de que fiz tudo ao meu alcance para tentar ser feliz. Tudo e mais um pouco, até mesmo além do que minha dignidade permitia-me fazer.
Há pouco acordei de um sonho, com olhos inundados de dor por sentir-me inconveniente e pequena, preterida pelo meu amor. Talvez esse tenha sido o sinal de que estou fazendo tudo errado com a minha vida. Não posso parar e desejar o que não pode ser meu. Se não é meu por falta de coragem ou por falta de amor, não cabe a mim julgar. Se for realmente meu, um dia ele voltará. Se nesse dia, eu também estiver disponível para ser a mulher mais feliz do mundo, assim serei. Para sempre esperarei e torcerei para que isso aconteça. Mas, por enquanto, vou aproveitando o que a vida me traz, aprendendo com meus anjos que a vida também é feita de momentos felizes, como eu disse anteriormente. E que eles venham com força! Que sejam cada vez mais frequentes, pois a vida é uma só e eu tenho pressa e necessidade de sorrir.
E aqui vai uma mulher, corajosa e petulante, com um sorriso nos lábios e com um rebolado que é muito mais que um poema!

Obrigada, meus anjos! Eu amo vocês!


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