sábado, 8 de fevereiro de 2014

O amor é plural





O amor é plural
Silvia Britto

Certa feita, conversando com uma amiga querida sobre minhas peripécias amorosas, ela me disse uma frase que não saiu da minha cabeça até vir parar neste texto:

- Zoião verde, o amor é plural!

Isso ficou remoendo meus pensamentos, brincando com minhas certezas, desafiando meus princípios éticos e morais e tomando forma de verdade. E não falo aqui de amor fraternal, entre amigos ou por animais. Falo do romântico. Aquele do beijo na boca.
Impossível que num mundão enorme e cheio de pessoas maravilhosas como este consigamos amar  apenas uma pessoa.  Cada um desses seres especiais que cruzam nossa estrada, tem algo lindo e irresitível com o qual nos provocar.
Há diferenças nessas provocações, é claro. Há pouco, escrevi sobre os cinco requisitos para arrebatar de vez o meu coração: amizade, cumplicidade, otimismo, coragem e sexo.  Não raro, encontro pessoas com três ou quatro desses requisitos reunidos, por quem não consigo deixar de apaixonar-me, na medida do nosso encontro.
Há o amor platônico, em que apenas eu consigo ver essas qualidades no outro. Bem doloridinho e frustrante esse daí. 
O amor de química, em que o sexo é o grande protagonista. 
O amor poesia, aquele que encanta, arrebata e faz sonhar mas, por determinação do destino, não consegue concretizar-se. 
O amor submisso, aquele em que submeto-me a situações completamente diversas ao meu requisito fundamental da cumplicidade, apenas por tratar-se de pessoa generosa e simples nas suas atitudes.
Mas há um tipo de amor que me entorta a cabeça e as entranhas. Tira meu chão e minha respiração. Faz com que eu nem queira respirar para que a mágica não se desfaça. Faz com que eu ria sozinha pelo meio da rua. Vem acompanhado de uma paixão adolescente e arrebatadora. A esse, chamo de amor NIRVANA. Reúne os cinco requisitos e ainda me tráz alguns mais, de surpresa, como flores delicadas, lambidas no suvaco, picolés de limão e balinhas de hortelã.
E todos os amores, bandidos ou não, correspondidos ou não, desejados ou não, emaranham-se e fazem de mim essa colcha de retalhos ambulante que sou. Amante, acima de tudo, de mim mesma e, tendo a certeza de que, só por ser capaz de amar-me, respeitar-me e aceitar-me nas minhas incongruências, é que a vida me presenteia com tão lindas e especiais pessoas.
Um beijo em cada um dos meus queridos amores! Uns na boca, outros na bochecha, alguns nos olhos e, naquele, no tal do Nirvana, um beijo no... Não... O pouco de sanidade que ainda me resta, impede-me fortemente de dizer onde é esse beijo, rsrsrs.

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