sábado, 21 de dezembro de 2013

A menina dos fósforos


A menina dos fósforos
Silvia Britto

É Natal novamente.

Época em que me sinto uma observadora marginal do que acontece ao meu redor. A própria menina dos fósforos. Vocês não conhecem essa linda história de Hans Christian Andersen? Mais um clássico da minha infância que lhes envio de presente.

A tradução principal desta data para mim, sempre foi a família. É o agradecimento por termos à nossa volta pessoas a quem nos entregamos sem pudores e sem receios. A formação da Sagrada Família. A alegria das famílias nos filmes da Sessão da Tarde, comemorando em volta de suas árvores enquanto observam pela janela a neve fugidia, que tanto me faz chorar. A família com a qual tanto sonhei e da qual pude desfrutar por alguns anos inesquecíveis. E que hoje se reduz a mim e a minha querida filha, presente mais bonito da vida.

Houve um tempo em que desconfiei de que tudo não passava de ilusão coletiva das famílias em torno de um peru assado e de uma árvore lotada de presentes vazios. E que o tal do "espírito natalino" era algo engavetado nas vitrines coloridas. Puro despeito. Admito. Assim seria mais fácil carregar o vazio que sentia nessa noite.

Há muitos anos, em um brechó nas ruas de Londres, comprei uma linda bolinha de Natal, que encontrava-se solitária em uma prateleira. Uma bolinha de madeira, pintada à mão. Linda! Por mais de vinte anos foi a minha única companheira de verdade nas noites de Natal. Era a quem eu tinha coragem de contar o que se passava no meu coração. E é com ela que estou agora, enviando-lhes mais este presente.

Aqui, a historinha da menininha dos fósforos mágicos.
Não vale chorar! 
Já fiz isso o bastante por toda a minha infância e agora também!!



Beijo beijo com sabor de neve fugidia... 

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