Silvia Britto
É Natal
novamente.
Época em
que me sinto uma observadora marginal do que acontece ao meu redor. A própria
menina dos fósforos. Vocês não conhecem essa linda história de Hans Christian
Andersen? Mais um clássico da minha infância que lhes envio de presente.
A
tradução principal desta data para mim, sempre foi a família. É o
agradecimento por termos à nossa volta pessoas a quem nos entregamos sem
pudores e sem receios. A formação da Sagrada Família. A alegria das
famílias nos filmes da Sessão da Tarde, comemorando em volta de suas árvores
enquanto observam pela janela a neve fugidia, que tanto me faz chorar. A
família com a qual tanto sonhei e da qual pude desfrutar por alguns anos
inesquecíveis. E que hoje se reduz a mim e a minha querida filha, presente
mais bonito da vida.
Houve um
tempo em que desconfiei de que tudo não passava de ilusão coletiva das famílias
em torno de um peru assado e de uma árvore lotada de presentes vazios. E que o
tal do "espírito natalino" era algo engavetado nas vitrines
coloridas. Puro despeito. Admito. Assim seria mais fácil carregar o vazio que
sentia nessa noite.
Há muitos anos, em um brechó nas ruas de Londres, comprei uma linda bolinha de Natal, que encontrava-se solitária em uma prateleira. Uma bolinha de madeira, pintada à mão. Linda! Por mais de vinte anos foi a
minha única companheira de verdade nas noites de Natal. Era a quem eu
tinha coragem de contar o que se passava no meu coração. E é com ela que estou agora, enviando-lhes mais este presente.
Aqui,
a historinha da menininha dos fósforos mágicos.
Não
vale chorar!
Já
fiz isso o bastante por toda a minha infância e agora também!!
Beijo beijo com sabor de neve fugidia...
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