domingo, 17 de novembro de 2013

A blindagem do meu caráter


A blindagem do meu caráter
Silvia Britto

Mágoa, ódio, vingança, soberba, orgulho...
Diariamente luto contra isso. Sou constantemente enganada e abusada na minha boa vontade e honestidade.
Descobri que o que vem dos outros é totalmente fora do meu controle. Por isso, tenho que cuidar de mim, para me blindar de todos os sentimentos ruins que o abuso emocional traz consigo.
De todos esses sentimentos, o que mais tenta me visitar é a mágoa. Mágoa de não ter minha entrega correspondida. Mágoa de, constantemente, tentarem me usar como objeto imediatista de realizações de desejos. Mágoa de ter minha inteligência questionada e colocada à prova de forma vil e sorrateira.
No começo eu balanço. Mas sempre consigo dar a volta por cima ao perceber que dessa negatividade sofre mais quem tenta direcioná-la para mim.
Assim como na linda oração de São Francisco, sempre procuro mais compreender do que ser compreendida, amar do que ser amada. Entristece-me ver a pouca capacidade de amor que existe no mundo.
Pessoas juram-me amor e, ao mesmo tempo, mentem pois, na verdade, desconhecem o valor real desse sentimento superior. Amar é ser cúmplice, é ser leal até nas entrelinhas. É ter coragem de se revelar e jogar-se nesse precipício sem volta chamado lealdade. Não é para qualquer um. É para os que sabem voar.
Felizmente, a vida me deu um par de asas. Capengas, precisando urgentemente de alinhamento e cambagem, mas nem por isso deixam de ser minhas.
Meu compromisso é comigo mesma. Já aprendi que ninguém pode dar mais do que possui. Seria ingenuidade de minha parte acreditar em amores distribuídos a rodo, como se fossem artigo barato.
Volto a repetir. Sou ingênua por opção. Recuso-me terminantemente a saber-me burra. Não o sou. Insisto em relações capengas por achar que, de uma forma estranha e torta, como é a vida, elas ainda podem me trazer sabedoria e aprendizado.
Sei bem o que é entrega verdadeira e cumplicidade. Tive a sorte de vivenciar algo assim por trinta anos de minha vida. Ganhei o faro para perceber qualquer coisa menor do que isso e não acredito que a vida seria tão generosa comigo de me dar duas vezes o mesmo presente. Já achei possível. Hoje vejo que não é bem assim. Felizmente, ter tido essa oportunidade ímpar na vida, de amar e ser amada de verdade, muniu-me com os instrumentos necessários para seguir vivendo o que de mais há para viver. Dentre eles, o mais poderoso é, sem dúvida alguma, a autoestima. Tenho constantemente minha autoestima questionada, curiosamente, pelos que não sabem o que isso significa.
Por fim, o que vem dos outros é responsabilidade deles. A mim, cabe apenas assistir e receber, ou não, o que me cabe.
Assim é a vida.
Assim sou eu.

7 comentários:

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  3. Querida Daniela, obrigada pelo seu comentário e pelo seu tempo em ler meu blog. Apenas não entendi seu comentário, querida... Covarde? Acho que você interpretou o texto erradamente pois trata-se exatamente do contrário. Trata-se de autoestima, amor próprio, coragem de ser honesto e transparente na vida. Se não for pedir muito, releia novamente com essa ideia que lhe dei. Se mesmo assim mantiver seu comentário, é direito seu sentir de acordo com o que lhe vai na alma. E obrigada por seguir o meu blog!

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    3. Não querida. Apenas apago comenários que contêm palavras abusivas e falta de classe. Isso aqui é um espaço público e ninguém precisa ver seu lado vil e venenoso, chafurdando no próprio veneno.

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