sábado, 10 de agosto de 2013

Sobre "eu te amo"

Sobre "eu te amo"
Silvia Britto

Os homens utilizam-se de nosso corpo como objeto de desejo e esquecem-se de quê, sem nossas almas, esse prazer em breve tornar-se-á estéril.
Mas que eu não seja injusta, há algumas raridades por aí. Eu mesma já tive a oportunidade de ouvir um "eu te amo" sincero por anos e anos de minha vida.
Os outros?
Alguns peço para serem ditos, pois não me são ditos espontâneamente.
Outros me são ditos como quem diz que está com fome.
Outros me chegam como, "tome-lá-sua-mulherzice" !
"Eu te amos" vazios de sinceridade e de compromisso são aceitos por caridade a quem os cospem em nossos ouvidos. Vômitos de solidão ou de egoísmo.  Tristeza pelos que não os sabem sentir de verdade.
E a avalanche de "eu te amos" descartáveis parece multiplicar-se, tal qual o amor que deriva da solidão das almas, que de tanto introspectarem seus carinhos, desaprendem o amor ao próximo.
Em todos finjo acreditar e sigo minha estrada, sabendo que a pessoa de quem mais me interessa ouvir esse "eu te amo" é de mim mesma, infelizmente.
Amar-se faz toda a diferença na hora de perceber quando um "eu te amo" é dito com o coração.
Meus ouvidos foram treinados a esse.
Quem sabe não tiro a sorte grande mais uma vez?
No amor, tudo é possível.

2 comentários:

  1. Estão vendo? Olhem aí um "eu te amo" sincero! Também te amo, querida amiga! Beijo, Ivonete!

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