sábado, 13 de julho de 2013

A menininha


A menininha
Silvia Britto

Era uma vez uma menininha muito séria e compenetrada ( e fofa, não?) que morava em um lugar muito 
longe, chamado São Luis do Maranhão.
Para comemorar  o sete de setembro, as escolas maranhenses iam todas às ruas, desfilar e orgulhar-se de fazer parte de uma pátria livre e independente.
Nesse dia, a tal menininha estava sentindo-se a mais importante das criaturas. Afinal, ia no pelotão de frente da 
Escola Rosa Castro, uma das mais conceituadas da cidade. 
Essa foto estava na primeira página de todos os jornais da cidade no dia seguinte. Chiquérrimo!
Porém, o que poucos sabem, pois não aparece na foto, é que no pelotão logo atrás, tocando trompete, vinha nada mais nada menos, alguém que se tornaria um dos maiores ídolos da menininha nos dias de hoje: Alcione! 
Não é o máximo?!??!
Desde então, a menininha chora e emociona-se quando vê nem que seja apenas meia dúzia de soldados marchando ao som de um tambor. Sempre que dá, vai aos desfiles do Dia da Independência e as lágrimas pulam como gotas de emoção, felicidade e um orgulho imensurável de ser maranhense e acima de tudo brasileira. 
Vai tentar explicar as peripécias da emoção!
Essa menininha é muito viva em mim e cuido dela com muito amor e carinho. 
É uma das joias mais preciosas que trago dentro de mim. Me conecta com essa pureza da infância. 
Constantemente me convida a brincar de pique, tomar banho de chuva, tomar picolé de chocolate sem medo de ficar toda lambuzada, mergulhar no mar, rodopiar, enfrentar a roda gigante do parque, escrever, ler gibi, rodopiar até ficar tonta, dançar, rir, chorar de raiva, fazer pirraça...
Enfim, viver!
Quis apresentá-la a vocês.
Seu nome? Silvia Helena.


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