sábado, 22 de junho de 2013

@vida.com

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Silvia Britto

É inquestionável o valor da internet na globalização da informação. Também não dá para negar a importância das redes sociais no estabelecimento de novas amizades e no resgate de antigas.O grande problema é o espaço que algumas pessoas deixam ser ocupados em suas vidas por emoções fugidias e idealizadas. Sim, porque a quantidade de pessoas que se apaixonam através das teclas de um keyboard tem muito a ver com o imaginário que se tem dos objetos de nosso desejo. Fica muito mais difícil para as pessoas de carne e osso competirem com a imaginação de outrem. É como competir com a falecida de um viúvo apaixonado. Ou pior! Aqui a viúva tecla de volta!
A conquista ficou mais fácil. Somos todos maravilhosos inteligentes e sensíveis. A traição parece perder sua importância. Traição virtual não é traição?  E os sentidos que dão sabor à vida vão se perdendo. Não se pode mais olhar pelo rabo de olho e perceber aquele olhar em nossa direção. Cheiros se perdem. Gostos não existem. Tato, só o dos dedos no teclado. Será esta a robotização do homem, tão temida há coisa de alguns anos?
Procuro um amor de verdade, desses que podemos morder para depois lamber. Mas parece que viraram artigos raros. Acabo vindo aqui também por total falta de opção. O povo esqueceu o que é namorar de verdade, sentindo o cheiro e o calor da pele. Esqueceu a magia do olho no olho. E namorados seguem comunicando-se pelos chats da vida, mesmo que à distância de poucos metros entre um notebook na cama e um PC na mesa do mesmo quarto. Tenho vontade de chorar... Ou devo apenas teclar: {: + ' + ( } ?
Não quero me perder num mundo virtual que alimenta a alma apenas enquanto a energia não falta. Tenho medo dos apagões da alma...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ou de sua incandescência, que estes brilhos todos provocam, como se nos abduzindo!

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  3. Abdução verdadeira é a da alma, Mau. Essa está além de telas de computadores e modernidades tecnológicas. Um beijo, querido!

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