segunda-feira, 3 de junho de 2013

Valsa em ritmo de Tango


Valsa em ritmo de Tango

E sigo não compreendendo a obviedade da vida.
Ou ilógica, é a minha lógica ao tentar decifrá-la.

Uma das maiores dificuldades do meu cérebro eternamente apaixonado é entender o amor.
Por mais que tente, fuce aqui e acolá, a única conclusão lógica à que chego é a de que o amor é cruel.
O amor é cruel na sua acomodação. Fere por palavras não ditas. Por presenças não notadas.
O amor acostuma-se a cheiros. Tem como garantida a derrota e entrega passiva de suas presas.

Diferentemente, age sua principal rival, a paixão.
Essa sim... Uma eterna boêmia... Sedutora como ela só.
Fala por silêncios, ocupa o coração como uma posseira.
Não há paz na paixão. Mas quem se importa? É a intranquilidade que move a criação.
Chega sorrateira e transforma o mundo em um arcoíris psicodélico qual o da Lucy, a do Sky.
E arrebata-nos para um mundo do qual não queremos escapar.

Difícil tarefa a de encontrar esse antagonismo mágico em um só lugar.
Sou sonhadora e promíscua. Quero os dois, o amor e a paixão embaixo do meu teto. 
Obviamente, tento desesperadamente transformar um no outro o tempo todo. 
Mas sou obrigada a desistir de tamanha onipotência. 

Amar é uma dança de salão. 
Paixão, um solo descontrolado que se dança junto.
Preciso de alguém que dance valsa comigo ao ritmo do tango.
E sigo procurando esse bailarino perfeito, capaz de surpreender-me com rodopios fora do compasso.
Alguém que me puxe forte pelos cabelos e sopre o meu coração.
Que me deixe dormir em paz e me acorde tremento de desejo e volúpia.
...

Enquanto isso, sigo resignada às correntes do amor...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querido anônimo. Embora retirado, recebi seu comentário e faço questão de respondê-lo. Mal amadas são as pessoas que manipulam para seguir numa relação de cumplicidade doente à custa de outras. Vida medíocre? Quem pode julgar? Mas não a troco por um poço de desilusão. E por último, quisera eu ter o poder de acabar com toda a sordidez do mundo.Assinado, Silvia Helena Britto.

      Excluir