sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Bicho-Papão


O Bicho-Papão
Silvia Britto

Odeio pesadelos!
Chegam de mansinho, no meio da noite, sem serem convidados, para perturbar o sono da gente. Coisas sem educação e inoportunas que se infiltram em nossos sonhos e  em nossa cama. Ora! Vão assustar as senhoras damas suas mães!
Quando eu era mais nova, havia um desses sonhos ruins que me era recorrente. Sonhava sempre com uma enorme onda que ameaçava estourar bem em cima de mim e me levar para sempre ao fundo do mar. Era apavorante e eu acordava sem ar. Passado algum tempo, descobri que, se eu me virasse, pronta para enfrentar a onda e “furá-la”, saindo ilesa do outro lado, ela desaparecia, a covarde. E assim, parou de me visitar em sonhos e eu me tornei sereia.
Agora, vez por outra, acordo esbaforida, com o coração apertado e lágrimas nos olhos, sem saber ao certo por quê. Com certeza, ainda sonho com o Bicho-Papão. Só que, com a chegada da idade, ele não quer mais ME comer, o safado. Prefere comer meus sonhos e esperanças, o covarde. Chega na calada da noite, entra sem pedir licença e destrói meus planos de uma noite tranquila.
Felizmente, tudo não passou de um pesadelo. Os planos continuam intactos e a força de conquistá-los, redobrada! Sou petulante e pirracenta! Não vai ser qualquer Bicho-Papão que irá destruir minha vontade de sorrir e muito menos meu rebolado, que é mais que um poema!
Bom dia!!!!

2 comentários:

  1. Bicho papão, que petulância!! Será que não vistes os "Zoião Verde" dessa dona?! Xô, xô...aqui vc não se cria. Perdeu, prayboi!!

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    1. Você conseguiu me arrancar o primeiro sorriso do dia, menina Clara! Um beijo, minha flor!

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